Garantia de Carros Usados: Como Funciona? Saiba Tudo Aqui

Garantia de carros usados representa uma questão digna de toda a atenção de compradores e vendedores. Afinal, existem muitas dúvidas a respeito da cobertura e do tempo de validade.

Desse modo, algumas pessoas até desconhecem a existência da garantia de veículo usado. Sob o mesmo ponto de vista, é altamente recomendável ter acesso ao máximo possível de informações úteis.

Assim também, baseando-se nos seus direitos, os consumidores se sentem mais confiantes ao tomar decisões. A empresa, por sua vez, alavanca as vendas mediante um atendimento de excelência.

Pensando nisso, apresentamos, ao longo deste artigo, as principais informações acerca da garantia de veículo usado, incluindo os pontos de atenção e os aspectos necessários para a avaliação de cada carro.

Boa leitura!

Garantia de carros usados: entenda o seu funcionamento

Garantia de carros usados
Fonte: Autoesporte

De acordo com o Código de Defesa do Consumidor (CDC), em seu artigo 26, os objetos duráveis que são adquiridos em lojas devem receber a garantia mínima de noventa dias.

Em situações como essa, a cobertura vale para todas as diferentes partes do carro – não só, como muitos pensam, à caixa e ao motor.

Desse modo, se depois da compra ocorrerem problemas ou falhas em quaisquer componentes do automóvel, os consumidores podem retornar à empresa ou concessionária para requerer os ajustes pendentes.

Nesse ínterim, o estabelecimento deve providenciar os reparos ou apresentar soluções viáveis no menor tempo possível.

Para evitar reclamações indevidas e frustrações, é imprescindível que os vendedores expliquem detalhadamente sobre a garantia e a cobertura.

Por se tratar de carros usados (que já tiveram 1 ou mais donos) podem existir várias marcas de uso. Esse elemento não integra a cobertura de noventa dias do seguro.

Nesse caso, a avaliação se refere aos aspectos que prejudicam o funcionamento do automóvel e que não faziam parte da negociação original.

Todos os problemas decorrentes da utilização inadequada pelos novos donos não entram, também, no sistema da garantia.

Infelizmente, tendem a gerar discussões entre os vendedores e os clientes.

Detalhes adicionais sobre a garantia de carros usados

Ao realizar a compra de um carro mediante negociação particular entre o consumidor e o vendedor (o que vale, ainda, para quaisquer outras formas que prescindam da intermediação de uma concessionária), não é possível solicitar o recurso, pois o automóvel já foi vendido, na primeira vez, com garantia, ao sair da loja.

Isto é, os consumidores devem, portanto, evitar esquemas particulares de vendas que não propiciem a proteção do CDC (Código de Defesa do Consumidor).

Evidentemente, é possível dar entrada em um processo judicial, alegando má-fé nas transações.

Todavia, esse tipo de ação tende a gerar inúmeros transtornos, gastar tempo e ocasionar gastos extras até que seja possível obter um resultado – que, ainda, pode ser desfavorável.

A espera para que tudo seja resolvido, nesse contexto, é um dos maiores problemas, pois, os compradores acabam sem receber o dinheiro investido e com o automóvel em uma situação negativa e bastante desvantajosa.

Principais diferenças em relação à aquisição de carros novos

De modo geral, todos os carros novos contam com garantia ao sair de fábrica. Mas, a duração pode variar segundo a montadora.

Inclusive, tende-se a utilizar esse recurso como um diferencial nas vendas para a atração de mais clientes, coibindo a necessidade de ação judicial.

Tal proteção, assim como a garantia dos veículos usados, não é, de modo algum, absoluta. Imediatamente, é necessário considerar certos detalhes que, potencialmente, levam ao cancelamento da garantia.

Conforme anteriormente citado, a garantia legal, inerente à compra de bem duráveis é de, pelo menos, noventa dias.

No entanto, a despeito do fato de que carro usado tem garantia, as montadoras trazem, habitualmente, garantias que vão de 3 a 5 anos (quando os clientes saem com os carros novos das concessionárias).

Essa é a chamada “garantia contratual”. Desse modo, quando um automóvel zero quilômetro acabou de ser negociado, ambas as garantiam se somam (isto é, a contratual e a legal).

Condições

Quanto a saber da garantia de carros usados o que cobre, tenha em mente que há condições distintas.

No caso de veículos usados, esta é uma condição legal. Em outras palavras, a garantia é válida para o automóvel inteiro, não para sistemas ou partes específicas.

Nos carros novos, por outro lado, as condições de seguro podem variar de acordo com as propostas das montadoras.

Conforme a legislação pertinente, inexistem obrigatoriedades.

Isso permite que as empresas exijam os critérios que bem entenderem para que a garantia seja cumprida.

O mais importante, contudo, é que todas as condições estejam claramente descritas e comunicadas no ato da compra.

Se algo relevante for omitido no processo de negociação, as montadoras são obrigadas a cumprir a garantia.

Vigência da garantia

De acordo com a realidade do mercado, muitos automóveis usados podem se encontrar com a garantia oferecida pela fábrica ainda vigente.

Se a montadora proporciona, por exemplo, proteção por 5 anos e, após 2 anos, o carro regressa a uma concessionária, o consumidor conseguirá exigir eventuais reparos – da própria montadora – ou, se preferir, acionar as revisões periódicas.

Ou seja, os gastos decorrentes dos desgastes naturais não são cobertos pela garantia de fábrica.

Por isso, as despesas com trocas de pneus, freios e pastilhas ficam a cargo do proprietário.

Excetuando-se o desgaste natural e o mau uso, a garantia que a montadora oferece pode cobrir, em tese, todos os reparos que se fizerem necessários enquanto ela estiver vigente.

Em relação aos reparos que devem ser efetuados após o final do período de garantia, há situações específicas nas quais as montadoras precisam cobrir os gastos: são os chamados “vícios ocultos”, quais sejam, os defeitos de fabricação que são perceptíveis apenas com o tempo de uso do veículo em questão.

Vida útil dos componentes

Sempre que falhas de fabricação forem detectadas (isto é, defeitos que vão além do desgaste e do mau uso), é possível solicitar os reparos necessários.

Estes devem ser efetuados em até noventa dias. A contagem se inicia quando o problema se manifestou.

Nesse ínterim, os vícios ocultos costumam aparecer em vários carros de uma mesma montadora – indicando falhas na linha de montagem, e não somente em casos isolados.

Consequentemente, há vários relatos pela internet a respeito de determinados exemplares. Isso permite com que as montadoras percebam a elevação na demanda relacionada.

Desde a perspectiva dos consumidores, no entanto, é complicado provar que uma dada situação deve ser considerada “defeito de fábrica”.

Em termos práticos, quanto maior o tempo de utilização do carro, tanto mais difícil será apontar um vício de origem.

Nesse sentido, é altamente recomendável examinar a gravidade, segundo o tempo transcorrido de vida útil de cada componente.

Dito de outra forma, é preciso comparar a peça com problema com a quilometragem rodada e o período de utilização.

Além da garantia de carros usados, o que mais avaliar durante a compra?

Garantia de carros usados
Fonte: Dicas OLX

O processo de avaliação de um carro usado é bastante minucioso, principalmente, para quem anseia em efetuar uma compra tão importante.

Nesse sentido, um dos maiores receios é que o automóvel tenha passado por uma “maquiagem”, isto é, reformas superficiais que visam aprimorar somente a sua aparência.

Nessas ocasiões, os problemas do carro ficam escondidos no momento da venda. Portanto, uma das primeiras medidas é determinar a inspeção de acordo com as condições climáticas.

Em dias chuvosos, por exemplo, ao meio-dia e ao pôr do sol, os defeitos presentes na pintura ou na lateria podem ser camuflados pela irregularidade da iluminação ou pelas gotas de chuva.

Se o veículo apresentar alguns defeitos que não apareceram na negociação de compra (também chamados de “defeitos ocultos”), os consumidores podem fazer uma reclamação. Afinal, carro usado tem garantia.

Enfim, o mesmo prazo (noventa dias) começará a contar da data na qual os defeitos forem observados.

Convém ficar de olho: esses direitos são válidos, somente, quando os negócios são firmados entre um fornecedor (concessionária ou revendedora) e um consumidor (pessoa jurídica ou pessoa física).

Tenha em mente que as negociações entre particulares não são tidas como relações de consumo perante o Código de Defesa do Consumidor (CDC) ou o Código Civil.

Repintura

A repintura é um processo que, também, demanda atenção especial.

Nesse cenário, a tendência é a de abrir, repetidas vezes, todas as portas, além de verificar o capô, o porta-malas, o porta-luvas e os encaixes.

Lembre-se de que a distância deixada na produção do encaixe determina a boa utilização de cada um dos itens. Desse modo, o vão existente entre as diferentes partes precisa ser igual.

Por seu turno, os para-choques, as lanternas e os faróis integram a inspeção – realizada para detectar pontos de tinta.

Caso isso se evidencie, os consumidores conseguem perceber que o carro passou pelo processo de repintura.

De maneira idêntica, as partes originais de solda – isto é, aquelas que vem de fábrica – representam outros itens que devem ser avaliados.

Em cada um dos batentes das portas, as borrachas presentes precisam estar encaixadas.

Nesse meio tempo, os consumidores podem, durante a inspeção, retirar cada porta e analisar as soldas originais.

Isso demonstrará se lataria passou (ou não) por reparos. Essencialmente, a distância entre os pontos deve variar de cinco a dez centímetros.

Se estes postos não estiverem presentes ou forem considerados tecnicamente fora de padrão, o mais indicado é deixar de considerar o veículo em questão como uma alternativa viável de compra.

Ruídos

Quando os consumidores desejam realizar testes antes de adquirir um automóvel, os ruídos da frenagem fazem a diferença, especialmente, nas primeiras impressões. Esse sinal, na verdade, pode indicar o desgaste da pastilha.

Frequentemente, os compradores priorizam selecionar por vias com mais desníveis, escutando a suspensão, no intuito de verificar se o carro está pendendo para algum lado ou se a suspensão emite barulhos incômodos.

Outro aspecto a considerar é a numeração presente no chassi: ela deve estar gravada nos vidros, de acordo com o que consta na documentação ou em outras partes de seu veículo.

Um modo de verificar se ocorreu alguma falsificação consiste em atentar para a forma dos números, avaliando se todos estão em uma mesma fonte e são do mesmo tamanho, algo que nem todas as pessoas físicas fazem.

Pontos de atenção

Os consumidores que desejam carros usados, além de se preocupar com a conservação do veículo, devem ficar atentos à quilometragem, às peças, à parte elétrica e, especialmente, às condições de pagamento.

Assim também, isso inclui a possibilidade de contratar um financiamento do automóvel, dividido em prestações que se enquadram no perfil e não comprometam o orçamento.

Um dos aspectos mais relevantes consiste em ter consciência do fato de que as pessoas que acessam esse tipo de opção almejam pagar preços justos pelos veículos.

Sob o mesmo ponto de vista, a reputação da marca também é decisiva para a decisão de compra.

Isto é, quanto maior a credibilidade, tanto maiores serão as chances de investir em um carro usado, dada toda a qualidade que a confirma como referência no mercado.

Dentre os motivos que influenciam diretamente as compras, destaca-se a viabilidade de consultar dados detalhadas acerca do veículo na internet.

Na atualidade, os consumidores realizam muitas pesquisas online e, também, assistem muitos canais que tratam do assunto antes de se dirigirem a uma loja.

Dessa forma, as pessoas já chegam ao local com uma lista do que devem avaliar, a medida de preços e uma estratégia de negociação.

Como os vendedores devem proceder?

Para se destacar no mercado automotivo, o melhor caminho é criar relacionamentos de confiança com os clientes, seguindo as tendências do segmento e oferecendo boas condições (assim como comprovantes de pagamento corretamente preenchidos).

Os vendedores devem, portanto, franquear, aos potenciais compradores, o acesso a informações sobre os carros – com o máximo de antecedência possível.

Adicionalmente, é indicado escolher o melhor local para a realização das inspeções, esclarecer as condições de garantia e tirar todas as dúvidas.

Assistências desse tipo faz com que os compradores escolham usufruir da compra de um carro usado, fazendo indicações e voltando quando desejar efetuar a troca de um veículo o adquirir um novo.

Nesse sentido, os vendedores devem oferecer apenas marcas de referência, permitindo que os testes necessários sejam realizados, segundo o desejo de cada um dos clientes.

Assim, as decisões de compra se tornam mais simples, especialmente, durante os períodos de baixa no mercado, a partir de detalhes especiais capazes de trazer resultados eficazes e, ainda, engajamento.

Considerações finais sobre a garantia de carros usados

Garantia de carros usados
Fonte: Permavel

Agora que ficou claro a respeito da garantia de carros usados o que cobre, é aconselhável – caso você seja um vendedor – adotar um cronograma focado em transmitir informações completas aos seus potenciais clientes, a fim de evitar dificuldades futuras.

Afinal, essa postura é determinante na qualidade do suporte oferecido aos compradores – desde o primeiro contato na jornada até o processo final na tomada de decisões, que precisa ser detalhadamente planejada.