O mundo das quatro rodas está repleto de termos técnicos e específicos, que podem deixar o consumidor comum um tanto quanto confuso. Por exemplo, nem todas sabem o que é a suspensão multilink, ou qual a sua diferença entre ela e outros tipos de suspensões.
Saber acerca desses termos técnicos pode ser muito importante na hora de avaliar um veículo, pois já adianto que os diferentes tipos de suspensões podem acrescentar ou diminuir alguns benefícios na hora de rodar com seu carro.
Nesse sentido, caso você queira saber mais sobre o assunto, acompanhe a partir de agora o conteúdo que preparamos para te deixar bem informado e consciente para quando precisar analisar esses pontos.
Explicaremos sobre o funcionamento desse tipo de suspensão no automóvel, quais as vantagens em utilizar o sistema, além das principais características presentes.
Além disso, traremos também algumas informações básicas sobre os outros tipos de suspensões mais comuns, para facilitar a sua análise ao pesar os pontos positivos e negativos de cada tipo.
Para que serve o sistema de suspensão do carro?
Antes de mais nada, é preciso dizer que, qualquer que seja o tipo, todas as suspensões têm o mesmo objetivo.
Sendo assim, podemos entender que qualquer suspensão serve para auxiliar a estabilidade do carro, através da ligação entre as rodas e o eixo, mantendo a banda de rodagem do pneu em permanente contato com o solo.
O que é suspensão multilink ou suspensão multibraço?
O grande diferencial da suspensão multilink, também conhecida como suspensão multibraço, são os braços independentes que a compõem, permitindo que as peças móveis tenham mais liberdade de trabalho para manutenção da estabilidade de cada uma das rodas ligadas ao eixo.
E isso, sem sofrer qualquer interferência pela rodada localizada no outro lado do eixo.
Acontece que, sempre que há ligação entre duas rodas de um mesmo eixo, permeada por algum tipo de elemento, geralmente rígido, o movimento de uma das rodas acaba por interferir na outra, e com isso, a estabilidade do carro é afetada.
No caso de carros com suspensão multilink, esse problema é corrigido, pois os braços que prendem as rodas ao veículo são flexíveis e não interferem com o lado oposto, o que permite bastante precisão no acompanhamento das rodas através do relevo do solo.
A suspensão do tipo multilink é superior nas conduções esportivas, mas apenas os motoristas mais experientes conseguem notar a diferença em comparação com o sistema por eixo de torção.
Quais são os tipos de suspensão multilink?
Existem dois tipos de suspensão nesse sistema: o multilink de quatro braços e o multilink de cinco braços.
A quantidade de braços a ser utilizado no projeto tem relação direta aos objetivos do mesmo, e leva sempre em consideração o espaço disponível onde a suspensão será alojada no interior do veículo.
Portanto, o sistema multilink é mais comum em carros que adotam sistemas de suspensão independentes.
Porém, o projeto para se produzir uma suspensão multilink é bastante complexo. Afinal, são vários presos por parafusos e buchas, e ainda existem alguns tipos utilizando molas sobre bandejas de alumínio ou de aço.
O desenvolvimento do sistema multilink deve-se muito ao auxílio de programas de computador.
O custo para desenvolver esse tipo de sistema, além do valor de seus componentes, é maior que o de sistemas comuns de suspensão.
Como é feita a aplicação da suspensão multilink?
Primeiramente, o sistema de suspensão multilink surgiu para ocupar um lugar entre os dois tipos mais comuns: a suspensão McPherson e a de braços sobrepostos.
A suspensão McPherson é conhecida pelo ótimo custo/benefício que ela traz.
Por outro lado, quando falamos da suspensão de braços sobrepostos, a principal qualidade é a capacidade dinâmica conferida ao veículo.
A desvantagem para esses dois sistemas citados é que os ruídos produzidos pelo veículo tem baixo isolamento, além de que o espaço embaixo do veículo sofre uma certa “invasão” em seu espaço.
E foi exatamente por isso que o sistema multilink foi primeiro utilizado para projetos associados ao mercado de carros de luxo.
Como para esse mercado as exigências de conforto, desempenho e espaço ocupado pelo sistema são muito altas, a suspensão multilink se mostrou como uma ótima alternativa.
Afinal, esse sistema consegue atender aos três atributos de forma bastante eficaz: ótimo desempenho dinâmico, o isolamento de ruídos e demais vibrações acontece e a interferência para compartilhar o espaço com os demais componentes do interior do veículo é mínima.
Portanto, é um fato que o sistema de suspensão multilink acabou se consolidando por meio de seu uso nos veículos de luxo, como algumas versões de sedãs e SUV’s.
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Qual é a função da suspensão multilink?
A principal função da Suspensão Multilink é ligar cada uma das rodas de um veículo ao eixo correspondente, por meio da combinação de seus braços, tanto de forma lateral, como latitudinal, espalhados de forma fixa em diferentes pontos no quadro e na carroceria.
O número de braços, que é sempre quatro ou mais, permite que a roda do veículo mantenha-se sempre em contato com o solo, através do controle do movimento do veículo em múltiplas direções.
Sendo assim, ao se instalar o sistema Multilink, três benefícios podem ser identificados: uma melhora na dirigibilidade do carro, mais conforto ao motorista e demais passageiros, e o mais importante, uma maior segurança para todos.
Além disso, esse tipo de suspensão não é indicado apenas para veículos mais refinados.
Alguns tipos de picapes, também passaram por um desenvolvimento para poderem receber o sistema Multilink, pois esse sistema favorece largamente a adoção de transmissões integrais com maior avanço e uma maior flexibilidade entre a ligação das rodas pelo eixo.
Em suma, os tipos de carros que mais se utilizam desse tipo de sistema são: sedãs médios e grandes, hatches médios, peruas, crossovers, carros desportivos, cupês e as picapes médias ou compactas.
E se você está se perguntando se é possível utilizar mais de um tipo de suspensão no mesmo veículo, saiba que a resposta é positiva.
O sistema de Suspensão Multilink adotado em série: um pouco da história
É difícil reconhecer o exato momento do surgimento desse tipo de suspensão, como o conhecemos hoje em dia.
Porém, alguns fatos conhecidos podem nos ajudar a compreender de que forma se deu a evolução desse sistema:
- Suspensões independentes existem nos eixos dianteiros dos veículos desde os anos 20;
- O protótipo da Mercedes-Benz C111 foi o primeiro veículo de rua a adotar o sistema multibraços no eixo traseiro, em 1969;
- O modelo Mercedes-Benz 190 (W201) foi o primeiro a utilizar o Sistema Multilink como propaganda de qualidade, para os sedãs médios e grandes, no ano de 1982. Esse veículo era composto de um Sistema Multilink de 5 pontos na sua suspensão traseira. Com o sucesso, a concorrência fabricante de veículos do mesmo segmento teve que adotar essa mesma solução;
- No Brasil, a popularidade dos Sistemas Multilink teve um grande pico na década de 2000, através de alguns sedãs médios, como o Honda Civic e o Ford Focus. Essa geração de carros ficou marcada pela facilidade de se dirigir, e parte do motivo foi a adoção do sistema de Suspensão Independente nas quatro rodas, dentre elas, o Sistema Multilink no eixo traseiro.
Características do sistema multilink
Como reconhecer uma suspensão multilink?
A primeira característica que iremos nos referir diz respeito ao próprio nome do sistema.
Desse modo, um sistema só poderá ser considerado multilink, a partir dessas considerações:
- Apresentar no mínimo quatro braços conectores.
- Braços conectando a manga de eixo ao subchassi.
- Cada braço desses deve efetuar a conexão da manga de eixo através de articulações do tipo bucha elástica ou pivô.
Demais características desse sistema
Dito isso, saiba que os tipos de suspensão multilink podem sofrer variações em referência a quantidade de braços e qual o eixo usado para aplicação, podendo ser tanto o dianteiro como o traseiro.
Porém, o mais comum é utilizá-lo mesmo para a conexão feita no eixo traseiro.
Outra característica é que o sistema multilink é derivado da suspensão braços opostos, que possui como característica o fato de cada braço ser desmembrado para formar outros quatro braços conectores do eixo.
Nesse sentido, podemos perceber que o desenvolvimento dos braços de suspensão, nesse sistema, permite uma maior liberdade.
Isso acontece porque os movimentos entre os braços não trazem interferência entre si, entre o eixo ou entre as rodas.
Portanto, o sistema multilink parte da projeção separada de cada um dos braços e suas articulações, permitindo com que as buchas ou pivôs possam ser especificamente preparadas para os tipos de cargas a serem suportadas pelos braços.
O dimensionamento dos braços de suspensão também é facilitado por essa liberdade, sendo definido na fase do projeto para obter a inclinação ideal do pino mestre para a aplicação da suspensão.
Dito de outra forma, a pré-definição dos braços podem ter um maior controle sobre todas as variações de cambagem e convergência que o veículo possa passar.
Conclusão: vale a pena adquirir um sistema de suspensão multilink?
Resumindo, o sistema multilink, aplicado no eixo traseiro ou dianteiro, é uma suspensão independente.
Esses eixos podem ser trativos ou não, e usa-se tanto para veículos com tração simples, como para veículos de tração 4×4.
O sistema possui custos mais elevados que os sistemas McPherson e braços sobrepostos, além de ser mais complexo e pesado também.
Em contrapartida, oferece uma eficiência maior sobre o controle da variação das rodas, espaço de alojamento reduzido e maior conforto para quem se encontra dentro do veículo.
Olá, sou Hianca! Sou bacharel em Direito e redatora. Meu interesse por carros começou desde cedo, pois eu cresci com a curiosidade de uma criança que via seu avô consertá-los. Na graduação, tive a oportunidade de explorar um outro ponto de vista deste universo: a legislação de trânsito. Esta conexão já me rendeu bons temas!