Como Dirigir Carro Automático? Passo a Passo Completo

Entender como dirigir carro automático é de grande importância, sobretudo nos dias atuais, em que a adesão e a procura por esses veículos vem aumentando exponencialmente.

Para compreender a melhor forma de guiar esses carros, basta levar em consideração os fatores que os diferenciam, conhecendo melhor as características do câmbio automático.

Pensando nisso, apresentamos, ao longo deste artigo, as principais informações sobre o assunto, visando ajudar você a dirigir um carro automático com o máximo de tranquilidade e segurança. Boa leitura!

Antecedentes históricos

Carro Automático
Fonte: DPK

Os carros automáticos tendem a provocar diferentes reações nos motoristas. Para algumas pessoas, são veículos difíceis de dirigir.

Outros condutores, porém, não renunciam ao conforto proporcionado.

Em termos práticos, o automóvel com transmissão automática proporciona, invariavelmente, maior comodidade aos motoristas.

Afinal, eles dispensam a tarefa de trocar, manualmente, de marchas e, ainda, de acionar a embreagem.

Essa possibilidade descansa tanto a perna esquerda quanto o braço direito do condutor (tendo como base, obviamente, os países em que, como o Brasil, a direção é efetuada à esquerda).

Até o começo da década de 1920, todos os automóveis tinham transmissão manual. As inovações foram introduzidas pela invenção do engenheiro canadense Alfred Horner Munro.

Entretanto, o sistema utilizava ar comprimido para a movimentação das engrenagens, algo que não era aplicável à indústria automotiva.

Por esse motivo, passaram-se alguns anos antes que o câmbio automático dotado de acionamento via fluído hidráulico aparecesse.

A origem dessa forma de transmissão, para grande parte dos brasileiros, é estadunidense, pois, os Estados Unidos a utilizaram em larga escala e por décadas.

Ainda hoje, essa é a opção que domina o mercado daquele país.

Mas, conforme mencionado, se engana quem imagina que foi algum inventor estadunidense que a desenvolveu.

Ainda mais relevante: há uma controvérsia, entre os historiadores, sobre a sua origem.

Os estudos mais sérios, contudo, creditam aos engenheiros brasileiros Fernando Lehly Lemos e José Braz Araújo o mérito de terem sido os primeiros a desenvolverem uma caixa para a transmissão automática, com funcionamento hidráulico, no ano de 1932.

Isto é, o trabalho da dupla tupiniquim serviria de fundamentação para quase todos os veículos automáticos que foram produzidos nas décadas seguintes.

Posteriormente, os criadores venderam essa patente para a GM (General Motors).

A multinacional, então, lançou o primeiro carro automático no ano de 1940. A montadora alemã ZF seguiria a mesma trilha, lançando a sua versão após o término dos conflitos na Primeira Guerra Mundial.

Entendendo o câmbio automático

Como o seu próprio nome indica, o câmbio automático tem se tornado cada vez mais usual (incluindo os modelos populares), permitindo que as trocas de marchas sejam realizadas de modo independente do motorista – o mesmo ocorre com os acionamentos da embreagem.

Há certos tipos de transmissão (as mais comuns são as chamadas “automáticas” ou “hidramáticas”) em que o fluido hidráulico que está sob pressão altera as engrenagens, viabilizando que as trocas prescindam da intervenção dos condutores.

Além disso, essas transmissões utilizam o conversor de torque, em detrimento das embreagens tradicionais.

Ainda mais interessante, o câmbio CVT, por sua vez, conta com um conjunto de correias e polias de aço (relação infinita).

Isto é, as variações não são limitadas entre as duas.

Tal fator propicia a eliminação das marchas, deixando a condução ainda mais econômica, suave e confortável.

Não obstante, a performance é inferior em comparação ao câmbio automático.

Deve-se considerar os câmbios automáticos de dupla embreagem.

Na realidade, trata-se de um câmbio mecânico dotado de 2 eixos de engrenagem que demandam processos eletrônicos para a modulação das embreagens (sendo que uma fica dentro da outra).

Isso evita a perda de potência nas trocas, proporcionando rapidez e performance superior às demais.

Vale lembrar que o câmbio automatizado comum (Easy’R, I-Motion, GSR e Dualogic) é, somente, um sistema com braços eletrônicos que operam em uma caixa manual de marchas, como qualquer outra.

Significado das letras no carro automático

Significado das letras no carro automático
Fonte: Carlinho Caixas de Cambio

Para saber como dirigir carro automático, esse tópico é essencial.

Um carro automático é constituído, basicamente, por uma alavanca seletora das marchas e 2 pedais.

Um deles é destinado ao acelerador, ao passo que o outro é para os freios (sendo bem maior que do que em um automóvel manual).

Então, outro item obrigatório dos carros automáticos são os indicadores de marchas nos painéis, que informação a posição exata do câmbio, tornando a condução ainda mais fácil.

Não há segredos para ligar um veículo automático, porém, a depender do modelo, é necessário pressionar o pedal de freio nesse instante (na prática, a maioria dos carros exige isso).

Essa medida é uma segurança adicional para os veículos, mas, os câmbios ficam, geralmente, travados na letra P (Parking).

Antes de sair com seu carro automático, é fundamental compreender o significado de todas as letras presentes no seletor de marcha.

Essencialmente, os câmbios automáticos vêm com as seguintes letras: D (Drive), N (Neutro), R (Ré) e P (Parking).

De acordo com as características do fabricante e do tipo do câmbio, podem ser adicionadas as letras L (Low) e S (Sport).

Essa conformação é mais comum em câmbios CVT.

Porém, o seletor pode apresentar, ainda, números (1, 2, 3).

Nesse contexto, a letra P indica o estacionamento permanente de seu carro, servindo como uma forma de bloquear a caixa de transmissão – crucial para evitar acidentes.

Ou seja, o carro não é bloqueado por um sistema ou freio de mão, mas, somente pelo bloqueio do câmbio.

Os seletores mais modernos para o acionamento eletrônico tendem a confundir os motoristas, gerando acidentes.

Habitualmente, o veículo só pode ser desligado ou ligado (a partir da retirada da chave) quando a alavanca está nessa posição. Da mesma forma, ele é utilizado em articulação ao freio de estacionamento.

Detalhamento

A letra R significa marcha a ré (ou “reverse”, no original em inglês). Nessa função não há mistério. Por sua vez, o D significa “dirigir” (Drive), isto é, o automóvel está pronto para funcionar.

É nesse ponto que o automóvel se mantém na maior parte de tempo em movimento. Afinal, o D permite que as marchas sejam trocadas, seja qual for o regime de trabalho do seu motor.

Na letra S (Sport), as marchas passam a ser mais exploradas, de tal forma que o veículo obtém giros mais elevados, além de maior potência. Logo, a posição S é usada em conduções mais esportivas.

No câmbio CVT, por exemplo, a relação entre as polias é encurtada, criando o mesmo efeito.

É possível guiar, também, na posição S, caso deseje, o tempo todo.

Evidentemente, o consumo de combustíveis será maior, porém, as respostas serão consideravelmente melhores.

Na letra L (Low), que ocorre com mais frequências nos carros com câmbio CVT, as relações são ainda mais encurtadas, a fim de que os condutores possam trabalhar em regimes mais elevados, visando superar declives muito íngremes ou aclives bem acentuados.

A sua utilização é bem limitada, devendo ser aplicada, exclusivamente, nessas condições.

Quanto aos números, cumpre ressaltar que eles são aplicados nos câmbios automáticos tradicionais, apontando quais são os limites de marchas nas quais a caixa automática operará.

Em resumo, até o número 1, será a primeira (quase a mesma função exercida pela posição L).

Os indicadores 2 e 3 apontam que o câmbio se limitará a estas marchas.

A sua utilização, também, é recomendada em certas situações, nas quais é necessário forçar o propulsor.

Como dirigir carro automático?

Como dirigir carro automático?
Fonte: Carro Bonito

A partir das informações que apresentamos neste artigo, você estará em melhores condições para saber como dirigir carro automático. Primeiramente, é necessário ter em mente os aspectos que tratamos a seguir.

Pode ser uma vantagem não ter prática ou costume de dirigir carro automático.

Com efeito, os motoristas habituados a conduzir carros manuais enfrentam um sacrifício, ao menos, momentâneo: esquecer de utilizar o pé esquerdo.

Afinal, essa parte do corpo não trabalha em carros automáticos, à medida que somente o pé direito realiza as tarefas de frear e acelerar os veículos.

Essa dica é fundamental para evitar acidentes e, até mesmo, sustos na condução.

Isso é importante porque os motoristas comuns (que não são pilotos profissionais) dificilmente terão a sensibilidade na utilização do pé esquerdo para pressionar o pedal do freio.

Por mais que o motorista pense e adquira consciência sobre o que fazer, a intensidade aplicada no pedal é, na maioria das vezes, bem maior do que a necessária, provocando frenagens muito repentinas e fortes quando os condutores se esquecem desse detalhe.

Obviamente, é possível aprender a usar o pé esquerdo para frear. Mas, isso requer muita atenção e, sobretudo, prática.

Dessa forma, o melhor a fazer é deixar este pé “de lado”.

Começando…

Após ligar o seu carro automático, você deve manter o pé sobre o freio, mudando, na alavanca de câmbio, até a posição desejada. Para trás, posicione sobre a letra R. Para a frente, posicione sobre a letra D.

A letra N, conforme mencionado, é o “ponto neutro”, isto é, mantém o veículo parado e desengatado – assim como o “ponto morto” do câmbio manual.

Assim que o carro estiver na posição que você deseja (que incluir as demais citadas), você deve aliviar o pé no freio, a fim de que o automóvel comece a andar.

Nos carros automáticos, outra característica que não deve ser negligenciada consiste na aceleração imediata que, embora seja pouca, mantém a constância.

Por essa razão, bastará tirar o seu pé do freio e pronto: o carro começará a andar suavemente.

Esse recurso é muito útil no trânsito (movimentos de “anda e para”) e na realização de manobras.

Todavia, alguns carros automáticos mais modernos possuem a função “Brake Hold” ou “Auto Hold”, responsável por travar os freios com o veículo parado e engatado.

Para tanto, bastará acionar a função para que o seu carro não se mova nessas ocasiões, evitando colocar o seu câmbio na posição “N” para atenuar a pressão exercida sobre o pé no freio.

Após a liberação do freio, você deve acelerar paulatinamente – do modo que julgar mais conveniente – com o câmbio na posição S ou D, sem restrições.

Nas demais alternativas (1, 2, 3 ou L), a caixa ficará em relações ou marchas muito curtas, limitando sensivelmente a performance do automóvel, forçando o seu motor e, consequentemente, elevando severamente os níveis de consumo de combustíveis.

Nas mudanças manuais, a depender do câmbio, essa função fica presa e, portanto, somente será alterada novamente pelo motorista ou quando o câmbio assumir a tarefa

Manobras

Para abordar as manobras, consideramos os automóveis mais baratos, quais sejam, os que são dotados com os câmbios chamados de GSR, I Motion, Dualogic, Easy’R.

Nos carros automatizados (que, a depender do fabricante, utilizam botões em vez de alavancas), a utilização do pedal para acelerar demanda mais atenção.

Antes de tudo, isso se deve ao acionamento automático de suas embreagens – que são mecânicas e similares aos automóveis manuais.

Por se tratar somente de um disco, esse dispositivo eletromecânico interrompe significativamente o contato entre o câmbio e o motor, fazendo com que os veículos percam aceleração e provocando uma impressão desconfortável de falta de potência.

Para impedir que isso aconteça, é imprescindível aprender o tempo correto das trocas, visando aliviar a pressão do pé sobre o acelerador – em um movimento simultâneo à troca – como nos manuais.

Em termos práticos, o efeito é parecido. Ao acionar a marcha ré, tome cuidado com o seu freio, uma vez que é preciso acelerar o veículo e não é possível utilizar a embreagem no controle dos movimentos do carro.

Cada detalhe conta

Em um veículo automatizado tradicional, o motor não fica acelerado permanentemente, pois, o próprio sistema desengata o carro.

Mesmo assim, os sistemas mais modernos criam efeitos similares ao do câmbio automático, à medida que aceleram levemente o automóvel.

Tal função é um benefício capaz de manter o automóvel parado em planos não acentuados, inclinados, o câmbio automático colocado em S, D ou outra posição.

Essa vantagem é efetivada por meio da permanência de uma leve aceleração, conforme mencionado.

Nesse caso, há um equilíbrio entre a força aplicada e o aclive, fazendo com que o automóvel fique parado.

Porém, na realidade, ele estará suavemente acelerado. Igualmente, essa condição é desejável para impedir que o automóvel desça e, também, para facilitar as saídas.

Caso o plano seja muito íngreme, será preciso manter o seu pé no freio, acelerando rapidamente em seguida.

Automóveis com assistentes de partidas em rampa, ou Hill Holder, auxiliam na manutenção do acionamento dos freios por 3 segundos nessas situações.

Para desligar o veículo, bastará posicionar o câmbio na letra P e, posteriormente, retirar a chave (embora existam modelos que não possuem chave).

De modo geral, a condução de carros automáticos é relativamente fácil, até mais simples do que a de um carro manual.

Em veículos automatizados, apenas a utilização em planos inclinados, especialmente durante as manobras, requer mais atenção. Desde uma perspectiva generalizante, o conforto é priorizado.

Para tanto, os motoristas podem evitar os comandos manuais, deixando que a própria máquina assuma as tarefas.

A utilização do câmbio automático disseminou-se nos últimos anos, de tal forma que já existe um projeto de lei visando criar uma categoria exclusiva de habilitação para os carros automáticos.

Dicas úteis

Muitos condutores que dirigem carros com câmbio automático enfrentam dificuldades para estacionar, especialmente em lugares com morros, seja na descida ou na subida.

Nessas situações, existe um detalhe importante que merece ser observado: ao entrar em uma vaga ou sair do local que estacionou, você deve acionar o seu freio de mão.

Depois, coloque o câmbio em “R” ou “D” e vá soltando a alavanca aos poucos.

Acompanhar essa sequência é indispensável para impedir que o freio de mão trave na posição indicada pela letra “P”, em função do peso do veículo.

Outra dica útil consiste em buscar entender o que você deve fazer com o seu pé esquerdo.

Essa é uma dificuldade comum a todos os motoristas iniciantes ou condutores que ainda não estão habituados aos carros automáticos.

Uma boa forma de lidar com a ausência do característico pedal de embreagem.

Para se acostumar, a dica é imaginar que o pé esquerdo está, de algum modo, colado ao assoalho do automóvel.

Esse processo de adaptação, embora natural, demanda um pouco de cuidado e de paciência, à medida que, no início, o pé esquerdo pode pressionar, acidentalmente, o pedal de freio.

A propósito, muitos condutores aprendem – com o passar do tempo – a utilizar o pé esquerdo, justamente, para exercer pressão sobre o freio. Entretanto, você só deve fazer isso depois que se sentir seguro, tomando bastante cuidado.

Acima de tudo, tenha em mente que os carros automáticos não aceleram sozinhos. Alguns motoristas (que nunca conduziram esse tipo de veículo) preocupam-se com essa possibilidade.

Todavia, o carro automático, tal como ocorre nos modelos com transmissão manual, necessita que o condutor acione a pedaleira do acelerador. Caso contrário, o veículo não ganhará velocidade.

Ou seja, sempre será o seu pé que controlará a intensidade da aceleração do carro.

Nesse sentido, se você desejar que o carro perca um pouco da sua velocidade, bastará aliviar a pressão no acelerador, usando o freio motor quando necessitar fazer isso rapidamente.

Em termos gerais, como você já percebeu, dirigir carro automático é bem mais simples e fácil do que pode parecer à primeira vista.

Após se acostumar, tudo o que terá a fazer é desfrutar do conforto.

Não há nada melhor que a prática para se acostumar a dirigir carro automático.

Mas, cumpre ressaltar que essa tecnologia serve, em última instância, para tornar a direção mais prática e prazerosa para os motoristas que passam muito tempo dentro de seus veículos.